Murica
Volta a Cena
[Intro]
Ê, ê
Bendita Carinhosa

[Verso 1: Murica]
É que me perguntaram se eu fazia um rap sério
Tava na minha área, pensando em como invadir um escritório
Como eles querem entender a minha vida
Se morro em cada parto e nasço no velório
Calma amor, espera a cota por favor
Num canto o tipo de coisa que te agradou
'Cê me falo que as amiga num escutou
Esse é o futuro do neto e o passado do meu avô
Eu dei a cara quando meu coroa deu no coro
É desabafo, não levo desaforo
Esse beat é ouro pra amassar o âmago
Desculpa, eu engoli a cena, eu penso com o estômago
Irônico como a charge do Pasquim, meu lado bom é meio dark
Eu tô pronto pro ataque e não espere algo de mim
BSB tava pedindo a minha oferta é duradoura
E a vida é professora e nessa andança, na dança
Eu sou tipo uma criança: chata e questionadora
A vida come erros, na minha eu fiz bariátrica
Reeducação alimentar na prática
É bulimia de poesia
É que eu vomito lírica quando eu como gramática
Falará, falará
Minha gangue ocupa lote que se foda o alvará
Falará, falará
Aqui o underground é vivo até o brechó quebra C&A
Falará, falará
Minha gangue ocupa lote que se foda o alvará
Falará, falará
Aqui o underground é vivo até o brechó quebra C&A
[Refrão: Sid & Baco]
Volta a cena
Vê se essas merda aí vale a pena, vai
Volta a cena
Volta, volta, vem que a gente é o problema

[Verso 2: Baco]
Quebrando estátua
Enquanto eu vejo nascimento novo Clube da Esquina
Ouro e prata made in China
Pise no cimento, beije sua marca, reze no puteiro, mate por dinheiro
Viva por dinheiro, reze pro parceiro que se foi
Primeiro soldado, primeiro guerreiro
Escrevo sobre a arte da guerra, eterno roteiro
Transando o máximo antes de ser preso
Driblando amores pra sair ileso
Os deuses sentem fome mesmo sendo obesos
Odeio o corre, quem corre muito, morre cedo
Eu sou filho da briga, não sou filho da puta
E nem filho do medo
Somos tão jovens, morremos jovens
Porque tão cedo?
E, se os deuses gregos fossem astronautas negros?

[Refrão: Sid & Baco]
Volta a cena
Vê se essas merda aí vale a pena, vai
Volta a cena
Volta, volta, vem que a gente é o problema
[Verso 3: Sid]
O nacional de 16 foi só início
Eu já aceitei o fato de que meu trabalho é meu hobby e meu vício
Eu matei falso poeta sem dar indício
Tu quer ser MC? Seja bem vindo á ceita e faça um sacrifício
Eu faço o caótico ser difícil
E vejo meu caminho igual um precipício
Onde em baixo é a morte, em cima é a vida
E com meu ego eu tô travando a briga em algum lugar no meio disso
Com a angústia eu desisti do meu divórcio
Entendo ela melhor no calor do ócio
Com a inveja eu fechei negócios
Eu faço tu existir nos outros e tu não encosta nos meu sócios
Cês são profissionais em falar de defeitos
Mas quando eu revido cês prestam queixa
Pra quem fala demais eu conto segredo
Tua fala o tempo leva tua atitude o tempo deixa
Eu sou bíblico igual dilúvio, imprevisível igual Vesúvio
Depressivo igual viúvo, e tô morrendo num estúdio
Mas pera pô, por favor, para o beat
Eu desabafo por necessidades
E aí doutor sou o Sid, me odeiam porque eu cuspo verdades
Sabe o que que o mundo do RAP é pra mim irmão? É uma merda
Um monte de cuzão que bambeia nos verso, bambeia de frente, bambeia nas perna
Eu não aprendia fazer RAP num estúdio (não mesmo)
Foi na rua
Com um monte de maluco alucinado que se juntou numa roda de rima e fez essa porra ser cultura
[Outro: Sid & Baco]
Volta a cena
Vê se essas merda ai vale a pena, vai
Volta a cena
Volta, volta, vem que a gente é o problema