Luiz Lins
Não é uma CYPHER
[Verso 1: Petrus]
Não sou revoltado, não
Pai, professor, jão
Educação, patrão
Único preto na sala, pontinho escuro no meio do clarão
Então revoltado é pouco
Boycu mete o louco
Me zoava, achava escroto
Hoje dá amei e baba do meu ovo
Enquanto eu respirar eu vou lutar pra tá no topo e olhar pra baixo e ver vocês chorar
Quando eu tiver no topo
Olha pra cima faz esforço e do passado vocês vão lembrar
Sempre [?]
E importante pra mim não questione
Porque eu sou preto eu cresci na margem
Mesmo nunca tendo passado fome
Não tô nos padrões que vocês consomem, não
Fugindo desses seus padrões eu me tornei cada vez mais homem
Já tentei agir como branco só pra ser aceito
Eu não vou mentir
Mas como fez o Manicongo, pra ficar mais claro eu escureci

[Verso 2: Fabio Brazza]
Sulistas e nordestinos, unimos a ala
Retirem os meninos da sala
E os pinos da fala
Pra explodir na cara dos péla
Sequelas que pensão que são os assassinos da bala
Cê quer me destruir
Vai brigar a esmo
Meu inimigo não é você, sou eu mesmo
Por isso que você já perdeu
E eu só vou conseguir ganhar quando matar meu próprio eu
Entendeu?
Não quero ser o nome do rap
Seria muita pretensão cantar em nome do rap
Na real essa luta nem é pelo rap, se atenta
Eu quero a transformação
O rap é só uma ferramenta
E se Deus me deu o poder de rimar
Eu vou usar pra me engrandecer
Eu engrandecer que me escutar
Essa é meta
Perdoa a indireta
Eu não preciso estar no topo, eu só quero ser poeta
[Verso 3: Smile]
Sai de casa [?]
Paga de santo, falsidade mais clichê
Má má má má má má claro que não
Claro, mamãe paga o seu cachê
A raiva eu guardei do ensino médio
E eu voltei pra dar o troco
Zoasão foi pedagógico
Puli eu engoli
Não falo mal do ódio
Principal motivador pra eu tá aqui
Vocês não entenderam a parada
Nós fica com tudo e vocês com nada
Não entenderam a charada
Nós taca fogo e dá risada

[Verso 4: Luiz Lins]
Qual a real de vocês?
Se vocês não são reais (Hã!)
Fala mais desses irmãos
Porque tu não fala mais (Uh!)
Vocês tão tipo os irmãos que eu já não vejo mais (Mortos!)
Por vocês nada mais
Por eles até lágrimas
Tu é tão crime quanto downloads ilegais
E a merda que tu posta em redes sociais
Os filhas da puta que acham que podem mais
Eu não achava que podia até lançar "Jamais"
Não é tarde demais
Eu desistir dessa merda jamais
Vocês vão andar nessa merda jamais
Eu vivo essa vida de merda até o limite
Tudo que ela me trás, é
Em busca de ouro mais do que a própria paz
A vida e tudo que ela me fez
Ao sangue de todos os meus rivais
A mim pelo o que eu conquistei
As contas paga no final do mês
LL tá na casa agora é minha vez
[Interlúdio: Ítalo Beatbox]

[Verso 5: MC Sid]
Me vejo sentado com um copo de café na mão
E um punhado de fumo
Um mic me esperando, dois mano me olhando
E eu pensando nos vícios que eu consumo
Minha letra é igual vinho, irmão
Demora um bocado pra amadurecer
Mas se tu bebe na hora certa
Compreende direito eu juro pra tu que ela vai bater, vai bater (Hã!)
Rapper não é videoclipe
Não é pra ser idolatrado, é pra se ouvir e entender
Meu rap vai entrar na sua casa pela porta da frente sem bater, sem bater (Hã)
Eu vejo o mundo ao contrário
É necessário saber que eu não jogo pra perder (Jamais)
Quem fecha o olho pra miséria nasceu pra ser miserável
O mundo dá voltas e cê não vê
Sejam bem vindos ao meu inferno pessoal, meu [?]
Onde nem sempre eu tô tão legal
O ser humano ao contrário faz o certo ser algo extraordinário
E o pecado natural
Mudamos o mundo aos poucos
Fizemos dos sábios, tolos
E aqueles que se portam como ovelhas naturalmente serão devorados pelos meus lobos (Aaah!)
[Verso 6: Portela Solo]
Isso não é um cypher
Olha o naipe dos caras, discrição não cabe
LL, Chinaski, [tu?] Brazza, Bendita, Petrus e tem seto que falha
Diss querem ódio, tá sobrando crédito
Cenas aleatórias de um episódio inédito
E não adianta pedir ter mais que uma banca e duvidaram
Lógico
Que a tua dirige, troca o filme
Os cara fazem o que pedem, eu faço o que eu quero
Eu não falo que eu faço clássico
Eu faço o que eu posso e eu posso tanto o que eu quero (Uh)
Triangulação na área é gol de título
Cerco do quadrado, rap quadrado [?]
E se tiver fora do círculo [?]
Pesquise "Sulicídio"
Tem gente que vive a vida inteira se achando do mapa
Nos achamos e ponto meu chapa
Aí Mazili brega funk chapa
Esses cara são pra dar risada
Má foda-se rimo na cara
Bendita requinta ninguém, para
Portela agradecendo a quem não deu nada

[Verso 7: Diomedes Chinaski]
Pediram pra não comentar
Tô rimando pra caralho até me chamam de Djonga sarará
Divide para frasear
Então me sinta nessa porra quando for me copiar
Sem trapassear
Vou passear na classe A, que a polícia não passe lá
Imagina que que vão amaciar (Ãh!)
Porque ainda nem comprei as joias e me consideram a joia rara
Luzes pros da trajetória que tornam essa história cara
Metalinguagem da margem da imagem, nem mesmo a ciência nos para (Uh)
Eu estou nessa viagem porque a existência achou necessária
Esse J. Cole só pra fazer rei jow
Meu conceito é importante não é só hey how
Sou padrão irrelevante? Tu que é fei po
A vida é interessante tipo a J.Lo
Busca cara a cara não para, não sara tara por vitória
Isso é somente o que sei ow!