Genius Brasil
As Melhores Músicas de 2017 da Comunidade Genius
O público escolheu, e aqui estão as 40 melhores músicas nacionais de 2017

2017 foi o ano dos singles no rap: nunca se viu tanto lançamentos desse formato, mostrando o apelo comercial que o gênero vem finalmente ganhando. Já bastante utilizado em rimos mais populares como funk e sertanejo, a constante produção desse tipo de material mantém o artistas sempre em evidência, com possibilidades de novos sets em cada show. Artistas já consagrados dividem espaços com revelações, que mostram para o que vêm já em grande estilo, mostrando audácia e inspiração em suas primeiras empreitadas. O rap se mostra cada vez mais dinâmico e ousado, enquanto a música nacional em contexto geral
é sempre rica e diversa.

(Vale ressaltar que as músicas aqui presentes correspondem ao período de 16 de dezembro de 2016 a 8 de dezembro de 2017. As músicas lançadas após a última data valerão para a lista do próximo ano.)

Abaixo, a lista com as 40 músicas escolhidas pelo público em votação:GERAL20. Jade Baraldo, "Brasa"
Sensualidade máxima e liberdade sexual são temas que permeiam a canção. Jade cria uma metáfora da brasa com a tensão sexual, mostrando a loucura que a vontade pode causar. Brasa é uma canção sexy e que causa liberta o estereótipo de “Bela, recatada e do lar”, transformando-o em “Vadia, louca e depravada”.
—RFLSAN19. Alok Pt. Bruno Martini & Zeeba, "Never Let Me Go"
Artista conhecido por seus sets e por suas músicas no melhor estilo EDM, em conjunto de Bruno Martini, Alok cria uma canção leve e a cara de festivais como Tomorrowland. A composição escrita da música é desconexa e não apresenta profundidade sobre o tema que apresenta, sendo demadiadamente vaga, porém é satisfatória para uma audição sem grandes preocupações líricas, sendo um ótimo exemplo de uma música eletrônica contemporânea.
—RFLSAN18. Criolo, "Hora da Decisão"
Com, talvez, a música mais figurativa de seu álbum de samba, Criolo disserta sobre a realidade do gueto brasileiro. A partir deste contexto social, a música relaciona questões do dia a dia das favelas, correlaciona brincadeiras com a difícil relação indivíduo-sociedade, se mantendo constantemente em guerra. Toda a tristeza na levada da música e a tensão da lírica servem para alertar sobre a realidade de quem não tem sua cara estampada em televisões.
—RFLSAN17. Scalene, "cartão postal"
Refletindo sobre o crescimento humano, as bagagens de vivência e a interferência da nossa vida contemporânea pelo virtual, "cartão postal" é uma canção que cria uma persona que critica a sociedade e tenta mudar a situação em que vive. Muito mais que apenas uma música sobre o ser humano em si, Scalene expõe a inquietação de um grupo de pessoas e a resistência à luta constante pela melhora do mundo.
—RFLSAN16. Pablo Vittar, "K.O."
Um dos sucessos pop do ano, Pablo Vittar se mostrou relevante também por sua representatividade e irreverência. Mais que sua capacidade de angariar hits, um símbolo para minorias e para conquista de espaço no cenário musical, principalmente o mainstream.
—Igor França15. Curumin, "Terrível"
Curumin, um dos grandes música desta geração, apresenta em "Terrível" uma mulher sensual, tentadora e que joga com seus sentimento, unido a sua teia musical, que vai pelo dub, reggae e MPB. Sempre inspirado, Curumin se mostra sempre relevante.
—Igor França14. Chico Buarque, "Tua Cantiga"
Um dos grandes poetas da música brasileira, uma das lendas vivas da MPB, retornando após seis anos sem inéditas, "Tua Cantiga" é um deleite para os amantes da música de Chico: os romances narrados que tem nos agraciado por todas essas décadas estão aqui, com a capacidade lírica que lhe é pulsante. O Chico que conhecemos está vivo e ativo, e devemos nos agraciar.
—Igor França13. Mallu Magalhães, "Você Não Presta"
Você Não Presta é, praticamente, um protesto da cantora contra criticas, em especial a alguém, como já dito pela mesma em entrevistas. Embalada por um samba energético, a música tenta, falhadamente, construir uma atmosfera de superioridade da cantora a esse alguém, tropeçando por ter uma música fragmentada e intrincado se vista fora de contexto.
—RFLSAN12. Pedro Chediak, "LIGHT"
O tom soturno e melancólico dão a tônica da canção de Chediak, cantada em inglês, embalado por uma eletrônica. O sample de "Untitled" do Simple Plan ilustra a tristeza e sofrimento empregados na canção.
—Igor França11. Maglore, "Clonazepam 2mg"
A boa evolução da banda baiana é refletida em canções como esta: a sonoridade se mostra mais madura, uma composição à altura, rememorando grandes momentos do rock baiano. Um salto dos trabalhos medianos anteriores para algo coeso e com identidade.
—Igor França10. Giovani Cidreira, "Um Capoeira"
Uma das revelações do ano, Cidreira apresenta uma riqueza musical imensa: começa solene, com uma das melhores letras do ano, quando entram os metais, evoluindo numa balada que flerta com o rock e soa soul, com uma fluidez tremenda, que se sustenta pelos 6 minutos de duração da faixa. É a Bahia mais uma vez mostrando sua grandiosidade.
—Igor França9. BaianaSystem, "Invisível"
Fechando a trinca baiana em sequência na lista, o grande nome de 2016 volta com o single que antecedeu o carnaval deste ano, demonstrando o valor que o dub tem nessa nossa cena em que a música brasileira atravessa, com o Baiana como um dos carros chefes, atual e representativo, movendo massas de espectadores por onde passa.
—Igor França8. Wesley Safadão, "Ar Condicionado no 15"
O sucesso pop do forró atravessou as fronteiras do Nordeste, e um dos grandes expoentes é Wesley Safadão, emplacando diversos hits, enveredando pela veia pop e flertando com o sertanejo, talvez ainda o estilo mais popular do Brasil. Não se pode ignorar o valor de nomes como ele no mercado da música brasileira, independente de qualquer emprego moral sobre a relevância de sua música.
—Igor França7. Plutão Já Foi Planeta, "Mesa 16"
2017 foi um grande ano para o grupo. Depois de participar do reality show Superstar, da TV Globo, angariou fãs, revivendo, mesmo que minimamente, o rock no cenário popular. O novo trabalho do grupo veio para afirmar sua capacidade.
—Igor França6. Vitor Brauer, "Memória e Sonho"
Narrativo, quase documental, Brauer extrai em seu spoken word histórias corriqueiras de forma reflexiva e sagaz, mostram sua inquietação, sob um som experimental, um noise com eletrônica, com ruídos e loops reversos. O que seria sonhar? Brauer te convida a ser ouvido e te faz pensar.
—Igor França5. Far From Alaska, "Flamingo"
Depois de despontar como uma das revelações de 2014 na sua estreia com modeHuman, o novo álbum da banda potiguar veio para afirmar esse valor, e "Flamingo" mostra isso: um rock pulsante, vivo, tenaz, com a atitude fundamental para a importância do gênero.
—Igor França4. MC Fioti, "Bum Bum Tam Tam"
"Grande Sebastian Bach!", exclama Fioti explicando sua produção e a utilização do sample do lendário compositor alemão ao portal G1. Não é pra menos: a música é o funk mais tocado da história do YouTube, ultrapassando a casa do meio bilhão de visualizações, o que fez gerar a dúvida: seria "Bum Bum Tam Tam" o maior funk de todos os tempos? De certo é que essa é um dos grandes hits do ano, o que acabou ganhando um remix com direito a participações de J Balvin e Future. É o funk ganhando o mundo.
—Igor França3. Aláfia, "No Fluxo"
Pouca gente narra São Paulo, a maior cidade da América Latina, com tamanha sinceridade e olhar atento. As injustiças, diversidade cultural e grandiosidade territorial são exaltados e expostos, como no single "No Fluxo", narrando as populares aglomerações sociais, festas e expressividade das comunidades locais, tudo munidos dos potentes vocais do trio de frente, o som que evoca ritmos africanos, rap e funk.
—Igor França2. Boogarins, "Foi Mal"
Seria essa canção uma ode ao, famigerado, “amor livre”? Ou seria sobre uma despedida daquelas que o casal faz já na rodoviária quando um está prestes a partir? Ou seria ainda sobre, o mais óbvio, um triste pedido de desculpas? O fato é que “Foimal” é uma das canções mais bonitas do ano e nos coloca diante da sensibilidade e talento desses goianos que já ganharam o mundo. Desse jeito pouco convencional e ruidoso, Boogarins acerta em letra e música: se num show, fecharia os olhos e levantaria as mãos para cantar junto.
—Marta Barbieri1. Tim Bernardes, "Tanto Faz"
"Tanto faz se é bem ou mal", essa é a indiferença do melancólico Tim Bernardes em sua empreitada solo. O frontman d'O Terno apresenta uma das músicas mais verdadeiras e emocionantes do ano, cativante por sua sincera tristeza empregada, e reconfortante por seu ar tênue e esperança por tempos melhores.
—Igor FrançaRAP20. Choice, "Super Hip Hop"
Essa é a faixa que colocou Choice no mapa e também confirmou a importância da série "Perfil" da Pineapple e Brainstorm. "Super Hip Hop" se tornou uma das favoritas dos ouvintes por ser sincera, energética e original.
—kray19. Matuê, "Anos Luz"
Uma das boas revelações do ano, Matuê apresenta evolução a cada single e finaliza 2017 com "Anos Luz", faixa que cairia muito bem como hit caso houvesse o rap nacional essa projeção. Independente de valores, o cearense mostra que o rap está cada vez mais difundido em representatividade, e é o momento do nordeste na cena. Tudo só nos faz aumentar a expectativa pelos próximos passos do líder da 30PRAUM.
—Igor França18. Kayuá Pt. Sant & Thiago Mac, "Frio"
Esse trio escreveu alguns dos melhores versos 2017, principalmente quando estão juntos. "Frio" é um dos exemplos disso. Cada um de sua maneira, temos perspectivas diferentes sobre a atitude fria que algumas pessoas desenvolvem, entrando na mente desses MCs percebemos quais são os verdadeiros motivos para isso.
—kray17. Vários Artistas, "Poetas no Topo 2"
Então a página brasileira mais acessado no Genius, com mais de 164mil visualizações, a sequência da cypher "Poetas no Topo" reunia nomes ascendentes, entre eles, Baco Exu do Blues, ainda anestesiado pelos efeitos de "Sulicídio". Foi onde ele, inclusive, popularizou o famigerado "ano lírico". A repercussão na faixa não acabou aí: já no segundo semestre, um desentendimento entre a responsável pelo projeto, a Pineapple Supply, e Raffa Moreira, acarretou no corte do rapper em uma segunda edição publicada. Problema o qual parece que fechará 2017 sem solução.
—Igor França16. Vários Artistas, "Poetas no Topo 3.2"
Gostem ou não da era cyphers, são eles que trouxeram alguns dos versos e linhas mais marcantes deste ano. PNT3.2 é o "episódio" da sério mais "sujo", todos os MCs chegam afiados, sem papas na língua e transmitindo um sentimento diferente, algo traduzido no vídeo que acompanhou o lançamento. Embora todos tenham mandado bem, Xamã é quem rouba o show logo no começo:
"Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga
Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga"
—kray15. niLL, "Jovens Telas Trincadas"
O trunfo de niLL é entender a sociedade a qual está inserido, com toda liquidez e tecnologia entranhados em seu modo de vida, e como não, seus relacionamentos. Telas trincadas são o retrato de uma juventude rendida à espontaneidade do mundo pós-moderno, cheio de informações e acontecimentos simultâneos, corrido e cansativo. Para, quebrou o seu celular!
—Igor França14. Luiz Lins Pt. Baco Exu do Blues & Diomedes Chinaski, "Escama"
A união do trio de ouro do nordeste apresenta um Luiz Lins fora da zona de conforto, rimando em cima de um trap "bruto" com direito a levada de bregafunk, obra da produção de Mazili. É o estilo sujo e cru do trio em um de seus ápices no ano.
—Igor França13. Froid, "Flow Lázaro Ramos"
Uma das faixas que antecederam O Pior Disco do Ano traz um Froid flertando com o trap, na música produzida por Will Diamond, que critica o mercado e rap game, trazendo a imagem do famoso ator negro baiano, quem vive um dilema em trabalhar na criticada Globo e mostrar empoderamento e representatividade.
—Igor França12. Froid, "SK8 do Matheus"
O primeiro single do esperado O Pior Disco do Ano veio já no final de novembro. Froid narra suas primeiras aventuras na infância em seus primeiros contatos com o rap, refletindo sobre sua batalha atual para conseguir conforto para si e sua família. "A música é sobre dar um jeito nessa situação, de um jeito ou de outro."
—Igor França11. Rincon Sapiência, "Ponta de Lança"
Lançada ainda ao final de 2016, "Ponta de Lança" anunciava o aguardado disco de estreia de Rincon. Irreverente, a música foi uma das principais trilhas do rap no ano. Estreia de um rapper que já tem grande experiência, o que se vê de sobra na cativante "Ponta de Lança".
—Igor França10. Vários Artistas, "Avuá"
A Laboratório Fantasma, encabeçada por Emicida, cada vez alça voos maiores. Feita especialmente para o desfile da marca na São Paulo Fashion Week, a música fala sobre empoderamento, apresentando uma das maiores representantes do mercado do rap nacional e seus artistas de peso, como, ainda, Fióti, Coruja BC1 e Drik Barbosa. É o rap nacional alcançando novos patamares.
—Igor França9. Baco Exu do Blues, "Esú"
"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso", canta Moraes Moreira no sample de "Mistério do Planeta" utilizado na faixa. Os versos dos lendários Novos Baianos entoam o apogeu que Baco estabeleceu em seu disco de estreia, figurado na faixa que melhor ilustra o trabalho: o sincretismo, esoterismo e ufanismo do novo baiano, mostrando que o Nordeste entrou de vez nos cumes do rap nacional.
—Igor França8. Rodrigo Ogi Pt. Diomedes Chinaski, Coruja BC1 & Emicida, "Insomnia 2"
Talvez essa seja a sequência de uma faixa mais aguardada dos últimos anos, afinal "InSOMnia" é uma das faixas mais marcantes da carreira do Ogi e Emicida, principalmente pela famigerada linha: Existem dois tipos de MC. Nesta nova faixa, além do Ogi e Emicida, dois dos rimadores mais respeitados, temos os novatos e também temidos Coruja BC1 e Diomedes Chinaski. Evidente que temos algo novo, diferente, mas com a mesma audácia da faixa original. Não é à toa que aparece tão bem colocada na lista.
—kray7. Coruja BC1, "NDDN"
A faixa que abre e dá nome ao álbum de estreia do Coruja BC1 é um cartão de apresentação intenso. Cheio de referências bíblicas e questionamentos sobre a indústria do rap esta faixa é um desabafo necessário. Vale citar ainda a produção orquestral do Skeeter, responsável por todo o álbum do Coruja.
—kray6. Djonga, "Olho de Tigre"
Djonga é sensação ou sensacional? Essa é a dúvida que paira esse ótimo ano do Djonga e talvez essa faixa lançada pela Pineapple e Brainstorm seja a favorita de seus fãs. Sem papas nas língua, Gustavo ataca os racistas sem dó: "Fogo nos racistas."
—kray5. Djonga, "Esquimó"
Cada vez mais os artistas do rap estão saindo das tradicionais 16 barras e explorando novos horizontes, Djonga é um dos MCs que mais faz isso. Assim como em outras faixas, em "Esquimó" temos dois versos longos, cheios de "punchilinis", e um refrão cativante. Seria a profecia do nascimento de uma lenda do rap nacional: "Hoje somos riso, amanhã seremos choro"?
—kray4. BK, "Deus das Ruas"
Bk' não nos apresentou um álbum, mas a primeira parte de um EP visual e "Deus das Ruas" é sua afirmação como um dos MCs mais preparados da cena. Música nova era o que precisávamos Abebe e esta faixa mostra porque seguimos cada passado dado por ele.
—kray3. Don L Pt. Diomedes Chinaski, "Eu Não Te Amo"
A melhor introdução do ano, com direito a "cutucadas" em Emicida, Criolo e a esquemática entre os mais famosos da MPB. A participação com Diomedes é para fincar a bandeira do nordeste no rap nacional. Don L nunca é superficial.
—Igor França2. Baco Exu do Blues, "Te Amo Disgraça"
Crua, imoral, mas honestamente romântica. É nessa sinceridade que reside a beleza e o sentimento da música: somos vis, profanos, mesquinhos e repulsivos, mas apaixonantes em nossas falhas e fraquezas humanas. O amor que precisávamos ouvir e encarar, longe de fantasias. Somos amor e também Nero.
—Igor França1. Don L Pt. Carlos Gallo, "Aquela Fé"
"Uma frase muda o fim do filme!" Talvez seja essa a linha do rap do ano. Assim como Roy Batty (Rutger Hauer) na cena final de Blade Runner, na frase improvisada, mas a mais reconhecida do filme, a moral da obra pode ser expressa em uma única frase, e "Aquela Fé" é o ápice da grandiosidade musical de Don, com destreza e virtuosismo, incluindo elementos orgânicos, dando uma aura soul, retomando grandes nomes da atualidade. Don se mostra um dos grandes desta geração, empregando profunda honestidade e sentimento em sua obra.
—Igor França