Chico Buarque
Atrás da Porta
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei, e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama, nos teus pés
Ao pé da cama, sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta reclamei baixinho
Dei prá maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que 'inda sou tua
Até provar que 'inda sou tua