Djonga
Nexus
[Verso 1: Sagaz]
Tá no globo ocular, várias track pronta pra veicular
Com olho na virada secular, viajando dentro da minha cúpula
Enquanto eu vejo a sociedade acumular
Humanos com cérebro de mula
O resultado é fácil de se emular
Mas a situação não é fácil de modular
Eu fiz do conhecimento meu lar
Tinha duas opções pra eu poder tomar
Esperar o mundo mudar ou dar marreta nesse prego até ele envergar
Escrevo umas letras pra me ensinar, pra não ficar na cega
Eu vivo o que canto, a ideia é aquela
Porque só prego não vive o que prega
Eu tô trocando de âmbito, pra não ficar preso no trânsito
Viajando no campo semântico
De rolê com os manos no Atlântico
Eu tô roubando o raio de Zeus, então avisa o Percy que o ladrão sou eu
Minha mãe me deu a luz, eu não vim pra Terra pra ficar no breu
A vida se torna um cubículo, pra quem segue à cega o veículo
Hoje todo mundo é mestre, ninguém mais quer ser um discípulo
Cês tão fechando a porta sem nem ligar no que se esconde atrás
Pra uns a vida é muito tempo, pra outros é pouco demais

[Refrão 2x]
Na cidade invisível, onde tudo é reflexo
Articulo meu plexo, o rap é o Nexus
[Verso 2: Djonga]
E eu piei pra te contar que o caminho mandou optar por dinheiro e buceta
Mandou me optar da moral pras patrícia filhas de polícia e só brincar com as preta
Eu brinquei demais, me iludi demais
Só mais um cara de pau, pra minha coroa um bom rapaz
Me afoguei no ego, fui avisado e eu não ouvi que eu tava cego
Minha mente, inimiga, me impediu o progresso
O regresso é normal, quase que inevitável
O sucesso é mentira se não te acompanha o corre verdadeiro
E os menó dispensado
Ainda sigo estável, apesar do estado deplorável
Que eu vejo se olho ao meu redor
O melhor é eu não ter dó nem de mim nem de ninguém
Já que nóiz veio de lá, nóiz vai voltar pro pó
Quem tá no muro cai pro lado errado
E o certo é seguir no caminho do meio
Age dessa forma que na hora que o pau quebra
Decisão vai ser tomada sem caô e sem receio
Revejo minhas fotos da época que eu só queria as motos
Paro e penso, na moral, menor
Quanto vale a vida dos que foram mortos?
Em números tamo tomando goelada pro poder e ainda não muda nada
Time que ganha o auxílio é que não deve se mexer
Eles não mudam e é nessa aí que eles destravam
É nessa aí que eles te travam, é nessa aí que eles te estragam
É nessa aí que tudo muda, só não muda o senhorio
É os novo senhor de engenho no lugar da velharada
[Refrão 2x]
Na cidade invisível, onde tudo é reflexo
Articulo meu plexo, o rap é o Nexus