Praso
Quando a minha voz
[Letra de "Quando a minha voz"]

[Refrão: Praso]
Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

[Verso 1: Montana]
Sei que a minha voz não vai mudar o mundo
E sou livre para falar de qualquer assunto
Consoante necessidade altero a prioridade
O que interessa é qualidade
Viver pouco mas com intensidade
Há coisas que não nasceste para entender
Trabalho sujo, alguém tem de o fazer
Se não deixamos de ter prazer para poder sobreviver
Porque é a sobreviver que nos dá mais prazer
Dinheiro é bom e sabe bem
Amar contaminado com a inveja de quem não tem
Ele arrasta o perigo enquanto atrai os inimigos
É mal valorizado e mal distribuído
Talvez isto melhore, quem sabe no futuro
Quando a minha voz puder mudar o mundo
Quando a ganância deixar de ser um prazer
Ou quando o maior cego quiser ver
Há coisas que só aprendemos à medida que crescemos
Nada acontece como queremos
Tempo cada vez temos menos
E se reparares, existe algo que não me agrada
Aquilo que tu tens a mais é o dobro do que me falta
Não quero ajuda, não quero que tu me dês nada
Só que entendas como é sujo
Este mundo a que chamas casa
Ou continua assim por mim 'tás a vontade
Dito por quem sabe, ignorância é felicidade
[Refrão: Praso]
Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

[Verso 2: Harte]
Se um dia as palavras acabarem
Eu ficava no estúdio
É porque o mundo ficou vazio, perdeu tudo
Criei uma paisagem num instrumental
Com verde ilegal
Um brinde com chakras
Numa sessão espiritual
A ideia é a seguinte
Temos que aumentar o capital
Onde é que tens andado com a cabeça?
Tu não estás normal
Vinte e quatro horas no mesmo ritual
Uma vida inteira é urgente fugir
Não tens ideia, se conheces um sítio melhor
Porque é que não me dás boleia?
Cabeça cheia de problemas
A caneta semeia tempestades
Tela fica feia
Queima-se o retrato
Vamos ver a que é que cheira
Crime, ganância destes
São gordos com a barriga cheia
Sociedade suja cria pesos pesados
São temas que não podem ficar guardados
Ou soltar o que sentimos num papel aos quadrados
Como o sol visto na casa onde liberdade não existe
Morreu a vontade mas o guerreiro não desiste
Mudar o mundo com as palavras quando elas fizeram isto
Por debaixo dos olhos dessas putas hás-de ter sempre lixo
[Refrão: Praso]
Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

[Verso 3: Praso]
A liberdade que eu tenho
Posso mostrar-te um desenho
A arte e o engenho de aprender com um estranho
Quando a minha voz puder mudar o mundo
Eu vou fazer de tudo para não ser mudo
E tu, confias no absurdo
Não perdes um segundo
Ages como um defunto, surdo
Já não me iludo
Nada é de ninguém
Cada um só tem o que pisa
Uns mais, outros menos
Depende do número que calça
Isto pode ter graça
Mas enxerga pelo lado sério
Só o corpo te pertence o resto continua mistério
Não sabes o que aprendi com aquilo que nem sequer vivi
Emoções, filmes, sensações, ou movimentos de Jet Li
Há quem nasça preparado
Há quem não se enxergue
Pobre coitado, que nem com o pau para me dar
Apontado a ver o que se passa
Eu ajo com perspicácia
Reduzo tentativas para aumentar a eficácia
Sou o mesmo na América ou na Ásia
E se me mudar deve ser para a Holanda
Onde é legal a Eutanásia
Porque este corpo sem a verdade não anda
Porque este corpo sem a verdade não anda
[Refrão: Praso]
Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo

Quando a minha voz
Puder mudar o mundo
Eu vou fazer tudo
P'ra não ser mudo
E tu, achas absurdo
Só acreditas no que vês
Como um surdo