​xtinto
CATTIVEIRO FREESTYLE
[Letra de "Cattiveiro Freestyle" ft. xtinto]

[Intro]
Eu tomo banho com as luzes da cidade que morrem tarde
A deambular até 'tar elucidado, entorno-me em casa
Dorme em paz, eu levo a chave em paz

[Verso]
(Yo, yo) Peixe de cativeiro nunca vai ver o mar
(Huh) Mas eu nasci revolucionário
O feixe de luz que passa o vidro, deu-me curiosidade
Agora é ele quem me conduz p’a fora do aquário
(Huh-huh) Pancadas no vidro a ecoar
Deram-me pulmões p'ra voltar à vida, e eu sei que é com o ar
Que crio bolhas p'a alojar os meus, eu sei quem é que guardo
Dentro do meu peito onde eu sei que o ego arde
Meus dedos de Eduardo, pelo teu cabelo tento ter cuidado
São tesouras que enferrujam com a idade
Até detetar tétano, ’tou a despir palavras
'Té deixar o tête-à-tête a nu, puxo o teto à terra
Durmo consciente que o meu sucesso é manta
Mas que de vez em vez me enterra fundo
No meu vis a vis com a terra, chuto palavras à Fausto
É que por mais que seja santa, a guerra é guerra
Juro, e eu 'tou exausto
O que é que eu faço a esta mafama que me leva ao jazigo?
Repito versos quando eu quero só p'a arder contigo
Já danço a valsa em pontas, se o sei, foi por ti
De bicos de pés p'a essa cama p'a não dares por mim
Toque é bisturi, delicado desde que te abriste a mim
Dedicado eu nunca fui, agora até invisto em mim
Desde que te viste em mim, ouço o rumorejar
De cada asa em morro já, se me pedes p'a aterrar
Apanhaste os meus ossos
E fizeste de mim o esqueleto mais belo do teu armário
E se quiseres arrumar isso
Arranca-me a costela p'a que nasças disso
E fazer parte do meu Éden, o que é que achas disso?
O teu pescoço ’tá marcado com os meus lábios de vinho
Não escondo o meu telhado, dei-te os meus cacos de vidro
Alguns tu apanhaste por entre jarros de litro
Na fala que eu arrasto com desabafos e delírios
Que eu nunca fui dos gajos que arranjam bouquets de lírios
Dou mais valor a cravos tão livres como esse espírito
É que outras foram cardos que deram luz a esses espinhos
E tu vieste arrancá-los só de abuso, e agora viste que
[Outro]
Eu tomo banho com as luzes da cidade que morrem tarde
A deambular até estar elucidado, entorno-me em casa
Dorme em paz, eu levo a chave em paz
Dorme em paz, eu levo a chave em paz