[Verso 1: Nego E]
As paredes são finas, ouço vozes
Levei meus monstros, zoonoses
Controle, corpo Ă© obra prima
Pede dose de auto estima ou de cirrose?
MĂŁos sĂŁo imĂŁs ferozes
Belas modelos tendo overdose
PulmÔes são minas de diamante
Morrem num dia quente, o carvĂŁo e a tuberculose
Coração domina, olhar na cédula
Hipnose fede a célula com necrose
Fugi da psicose, fumei na celulose
Punho cerrado aqui nĂŁo Ă© sĂł pelo close do Snapchat
Pose, posta o Ășltimo instante
Bosta, ela jĂĄ me fala que nĂŁo sou como antes
Que eu tĂŽ mais distante nos Ășltimos 12 meses
Que vai ser diferente das Ășltimas 13 vezes
Que queimou as nossas fotos da estante
Em que me deixou falando quando me deu as costas
Aqui o mĂĄximo, nunca Ă© o bastante
Aposta na pergunta errada, acerta a resposta (2x)
[RefrĂŁo: Nego E]
Mergulhei fundo mano, nĂŁo pra ser segundo plano
Era um segundo me perder no mundo mano
Voando sem dano mano, nesse aeroplano
Onde vocĂȘ tava quando era sĂł um plano?
[Verso 2: Nego E]
Ăgua e sal, pĂ© de meia, pĂ©s na areia ou pĂĄs de cal?
Fodendo com ontem pra nascer o amanhĂŁ
O carregador do iPhone Ă© seu cordĂŁo umbilical
CĂȘ consegue salvar o mundo sem postar no Instagram?
Filho prĂłdigo da pĂlula do dia seguinte
Quebro cĂłdigos, mortes com requinte
De crueldade, pago preço do que exerço
Uma mão balança o berço, outra conta o terço
O padre segura o coldre, o governo segura a BĂblia
NĂŁo hĂĄ mais nada ali, todos somos Namibia
Sem cĂŁo-guia, sem bom dia
Quando me via, ela a bolsa escondia
Diante o plano 13 de Maio, bela vista
Na Lei Ăurea a responsa Ă© a resposta
No carro tinham quatro, vira de costa Ă© isca
Giroflex alto, aponta a peça e diz: encosta
Em frente ao cano, defesa legĂtima
Minha mĂŁe rezando pra Nossa Senhora de FĂĄtima
Jaz mais uma vĂtima, digno de lĂĄstimas
Afogo num mar de lĂĄgrimas, pedindo as Ășltimas
Forças, onças, conchas e pérolas, pera lå
Acorda desse sonho e vai viver
Torça, Carolas, quimeras, quem dera quem opera minha shangri-la
SĂł sabe sofrer
[Verso 3: JĂ© Santiago]
SĂł sabe sofrer, sĂł sabe sofrer
Quem vem de onde eu vim nĂŁo tem nada a perder, tem nada a perder
Vejo tudo cinza, duas luzes que piscam
NĂŁo entendo essa brisa, o que vai acontecer?
Mandou encostar, por as mĂŁos pra cima
4 da matina nĂŁo tem ativista pra me defender
Ă, pra me defender...
[Verso 4: Drik Barbosa]
Minha alma transpira
Dentro do meu corpo
Muita calma, reviva
Veneno no copo, tudo em torno, traĂra
Vejo tudo torto, tanto trauma revira
Nado pra cima
De baixo faz fila
Pra ver me ver caĂda, expectativa
Na mente do falso inveja cativa
De frente dos caco, descalço vacila
Sou fera ferida, curada
Mergulho nas madrugada
Durmo acordada
Um olho na vila e o outro na estrada...
Na vila e o outro na estrada
Os palco da vida, nas rima avançada
Pisca, que eu roubo sua brisa
Trisca, nos meu que eu te quebro
Me afogo e me elevo, repara nas pistas