Vitor Ramil
Hermenegildo
Eu sou um robô salva-vidas
Para o qual não há salvação
Corpo de madeira e sal
Pés de espuma

Ondas varrem meu coração
Há naufrágios dentro mim
Em meus olhos nuvens se vão
À deriva

Quem me dera ao longe ouvir e nadar
Quem me dera um beijo e ela então respirar

Estas dunas vão dar à luz seus destinos
Já perdi meus passos no pó do caminho

Neste fim de tarde ao sul
Quem virá?
Neste fim de tarde sem fim
Quem irá
Me encontrar?