Prodígio
Viola
[Verso 1: Paulo Flores & [?], Juntos]
Ligo o rádio antigo e ponho um bambo com o som de uma viola p'ra abafar o caso
'Tão profundo, choro é mudo dessa menina
Ligo o rádio e vem o som de uma viola antiga que abafa o choro dessa cantiga da vida dessa menina, dessa menina
Viola, viola, viola
É um som que lembra alguém que a viola
Viola, viola
E ela nem consegue ouvir o som da viola
Solidão de manhã no corpo de uma menina
Na água do choro dos seus lençóis
Brincar de ir à escola de viola no ouvido
No sentido de tudo que lhe aconteceu
E lá foram as setas em castelos de bonecas e sonhos

[Verso 2: Prodígio]
Durante a noite alguém lhe toca
Forçosamente alguém tira a sua roupa
Alguém lhe tapa a boca, magoa e sufoca
Já 'tá quase sem forças, mas ainda se esforça
Parece um pesadelo, mas não consegue acordar
Enquanto 'tá nesse duelo, ela começa a chorar
'Tá num deja-vu, e é 'tão frustrante o facto dela saber que já aconteceu antes
Com ela, com a irmã, com a prima mais velha
E quem lhes ataca é quem lhes aconselha
Quem devia lhe socorrer é quem lhe está a fazer sofrer
Porque conhece a fraqueza delas
Será que não vê beleza nelas?
Ganharam medo do escuro, essas lindas estrelas
Ganharam medo da luz, essas lindas velas
Grita por alguém, mas esse alguém já 'tava em cima dela
[Bridge: Paulo Flores & [?], Juntos]
E no céu choram os anjos pelos cantos da memória dessa menina
E era o sonho a cara do salvador
E a dor não sai, ueh, doeu
E lá foram as setas em castelos de bonecas e sonhos

[Verso 2: Prodígio]
Ser princesa, ser criança
De ter bonecas e a esperança que alguém lhe ajude e que isso mude
Lhe ilude durante o dia, mas à noite muda
(No choro dessa miúda)
Que tanto chora, que tanto implora
E até na escola, xé, será que não sabem que alguém...

[Outro: Paulo Flores & [?], Juntos]
Viola, viola, viola
É um som que lembra alguém que a viola
Viola, viola
E ela nem consegue ouvir o som da viola
E lá foram as setas em castelos de bonecas e os sonhos
E lá foram as setas em castelos de bonecas e os sonhos