Traditional
Um fadista já cansado
[Letra de "Um fadista já cansado"]

[Estrofe 1]
Um fadista já cansado
Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou

[Refrão 1]
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou

[Estrofe 2]
Entrou, sentou-se e bebeu
Um copo de vinho tinto
Enquanto no recinto
Uma guitarra gemeu

[Refrão 2]
Enquanto no recinto
Uma guitarra gemeu

[Estrofe 3]
Tangos, sambas que sei eu
Tudo se ouviu menos fado
E o cantador desolado
Acabou por me dizer:
"Só tenho pena de ser
Um fadista já cansado"

[Estrofe 4]
Criei nome, dei nas vistas
Conquistei fama, ovações
Mas não a cantar canções
De envergonhar os fadistas

[Refrão 3]
Mas não a cantar canções
De envergonhar os fadistas
[Estrofe 5]
Cantei fado nas conquistas
Da boémia que passou
Sеi quem fui, sei que não sou
Um cantador prеsumido
Disse-me ele entristecido
Quando o passado lembrou

[Estrofe 6]
E prosseguiu quando entrei
Entrei com mil ansiedades
Mas se vim matar saudades
Com mais saudades fiquei

[Refrão 4]
Mas se vim matar saudades
Com mais saudades fiquei

[Estrofe 7]
Envelheci, mas é a lei
Da fadistagem bizarra
Ter fé, ter alma, ter garra
P'ra cantar até à morte
Falando desta sorte
Abraçou uma guitarra
[Estrofe 8]
E cingiu com mão amiga
Ao lado esquerdo do peito
Aquele instrumento eleito
Da fadistagem antiga
Quis cantar uma cantiga
Que outrora o celebrizou
Mas a emoção embargou
Toda a sua voz amena

[Final]
E o pobre cheio de pena
Não pôde cantar, chorou
E o pobre cheio de pena
Não pôde cantar, chorou