Facção Central
Fone Maldito
[Verso 1: Eduardo e Dum-Dum]
É hora do perigo e o mano com problemas
E acha que a saída está num só telefonema
E vai, disca 190, faz contato com a polícia
Expõe seu desespero, faz um tempo e nem notícia
Mais um no saco por incompetência de alguns policiais
Que no momento estavam num boteco ou dando um tiro que lei tão eficaz
Que não mediram a consequência da sua grande falha
Era ocorrência de pobre, passou batido, bando de canalhas
Se tivesse um dinheiro havia resultado
Um acerto na parada e o caso estava encerrado
Segurança nota 10, nenhuma putaria
É tipo esquema que eles fazem em bares, em padarias
Um seguro que eles dizem ser a proteção
Contra assaltos, bandidos, mas não, contra a sua própria extorsão
Esquema de eliminações, cúmplices que justiceiros
Dupla infalível, unha e carne, o mesmo preço
Viaturas se aproximam, começa o desespero
Será que é a minha hora, eu vou sobrar, ficar inteiro?
E no DP já esquematizam a chacina do dia
Revólveres, muita bala, apenas a mesma rotina
Roubo à banco, Denarc, ROTA, Tático Sul, do Centro à Zona Leste enfim, a Zona Sul, a parte pobre tá ligada é inútil segurança
E ficar longe da polícia é a maior esperança
Desde criança eu sou cabreiro, atento e bem esperto
Ligado que menor é o prato predileto e por isso eu nada espero ajuda eu nem quero
E nem na hora da minha morte eu discarei 190
(Desse jeito para quê então existe a lei?)

[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
190, disque para a morte
190, então arrisque a sua sorte
190, disque para a morte
Disque 190 e arrisque a sua sorte

(Desse jeito para quê então existe a lei?)

[Verso 2: Eduardo e Dum-Dum]
É lamentável, mas é fácil a contagem de presuntos
De cada 3 no saco, a PM tem um defunto
Não é apenas meu resumo, o número de cabeça
Qualquer mano consciente tem a mesma certeza
São Táticos na nossa exibição de idiotice
Embalos e menores morrem mais, consulte os índices
Extermínio de moleques, arrasaram a detenção
Tá limpo, tudo em casa, não se foderam não
E o maldito batalhão de choque inocentado
Por cretinos, malditos que estão do mesmo lado
Só apoiam a polícia, os ricos filhos da puta
Que nunca precisaram ou a trombaram pela rua
Quem conhece fica esperto, só de olho aberto
Rezando para as táticos nem chegarem perto
Justiceiros bem armados, de automóvel é embaçado
Acerto com esses manos é o jeito, é bem provável
São movidos a dinheiro e acerto de toca-fitas
Ladrão passa batido com uma peça ou cocaína
Quem se fode são os que não têm seguro nem nada
São sempre os encontrados estirados de quebrada
Patrimônio de polícia é velório de pobre
Marca registrada que ela própria nem encobre
Na TV uma entrevista, era um deles ao certo
Dizendo que matou, mas todos foram pro inferno
190 é o fone e as pessoas desse tipo
Aí é com você então, vai de fone maldito?
[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
190, disque para a morte
190, então arrisque a sua sorte
190, disque para a morte
Disque 190 e arrisque a sua sorte

(Desse jeito para quê então existe a lei?)

[Verso 3: Dum-Dum e Eduardo]
Pega trote tem, pega ladrão não implantaram
Se implantaram é pra pobre, em boy nunca usaram
É bem mais fácil encarteirar favelados do que playboys
É simples e conveniente, ninguém se dói
É hipódromo, febem, detenção, DP
Confira e veja o resultado, é fácil entender
Só tem pobre na cadeia, e quem prendeu? Foi a polícia
É só parcialidade, pilantragem cometida
E a própria vida corre risco num estilo bem racista
Pretos marginais, polícia assim nos identifica
Mão na cabeça e uma carteira registrada
Um mano bem humilde, mas que deu uma grande entrada
É que eixou transparecer a sua classe social
Pra gente normal, mas não prum puto de um policial
São histórias parecidas, casos nunca apurados
Mortes rotineiras, inquéritos são formados
Jogados empoeirados, num canto da delegacia
Só esperando um milagre, que os apurem um dia
Enquanto isso a polícia faz o que ela quer
Uma Tático num bar e um gambé bebendo seu café, bem sossegado
Maldito nem se preocupa
Quer que se foda todos pobres, que filho da puta
Com ocorrência ou sem ocorrência não vai atender
E os outros três com ele pensam igual, então fazer o que?
O cerco policial à todos pobres e pretos
E os boyzinhos no seguro usam todas mesmo
Família pobre, insegura que vive com isso
Sei que concorda comigo e também acha esse fone maldito
(Desse jeito para quê então existe a lei?)

[Refrão: Eduardo e Dum-Dum]
190, disque para a morte
190, então arrisque a sua sorte
190, disque para a morte
Disque 190 e arrisque a sua sorte