Projota
Resident Evil
[Verso 1]
Ele foi, nem olhou pra trás, nem sentiu
Foi, nem ligou pros pais, nem mentiu
Só foi Se jogou pro centro da cidade
Só com a roupa do corpo, o corpo cheio de vontade
De matar, aquilo que o matava por dentro
Sentir, que ainda vive por um momento
Pai de alguém, filho de alguém
Não é filho do prefeito então não é ninguém
Ele é como um zumbi, mal lembra de quem deixou por aqui
Tá, pra ver, tudo aqui sucumbi
Vidros, tiros, tomam seu corpo
Xinga e afoga suas mágoas numa seringa
Foge porque a polícia quer te pegar
Sorte, ele conhece bem o lugar
O tempo passa e ele passa a se desesperar
A esperar a hora de poder cheirar

[Refrão]
E foi pra rua procurar
O que não tinha achado por aqui
Talvez só procurasse alguém pra amar
Ou talvez uma missão pra cumprir
Vaga sem direção, anda com uma só função
Vender, comprar, cheirar
Fumar, viver, morrer em vão

Um para-brisa limpo, mais uma moeda
Mais uma pedra, mais uma queda
Ele ajoelha após 30 segundos sem dor
Mas ela volta e ele volta pro seu cobertor
Coração bate, o cérebro lateja
A alma flutua o corpo rasteja
Vidros sobem a noite cai
E o Resident Evil tá lá fora e não sai
Ele tenta fugir, tenta lutar
Tenta fingir que não é seu lugar
Sem céu, sem réu, no limbo e só
Sem véu, sem mel, cachimbo e pó
Ele respira bem fundo e vai
Talvez a procura do seu Monte Sinai
A lágrima cai, toma seu posto
E vai descendo devagar pelo seu rosto
Sem cor, sem vida, também sem amor
Desce a corda de um caixão sem flor
Tantos sonhos que já não existem mais
De quem encontrou a guerra procurando por paz
E não é de hoje, não é de ontem, não!
Que o mundo assiste o mundo em defecação
Não sei quanto tempo vai durar mas ele tá lá
A esperar a hora de poder fumar

[Refrão]

[Verso 3]
Na rua maldade no olhar, vontade de matar
Dormir sem saber se vai acordar
Papelão, lixo, fome, tensão
Assombração, bicho, homem, quem são?
Vida e morte em um só ser
Na escuridão, aonde é mais fácil se esconder
Game Over, o tempo passa sem ver
E ele lá a esperar a hora de poder morrer