Stephen Schwartz
Os Sons de Notre Dame
[Intro: Coro]
Olim
Olim deus accelere
Hoc saeculum splendidum
Accelere fiat venire olim

[Clopin]
Dobram os sinos, Paris despertou
Ao soar de Notre Dame
Já tem peixe fresco, o pão já assou
Ao soar de Notre Dame

Sinos grandes com sons trovejantes
E pequenos com sons de oração
Paris, são divinos os sons dos seus sinos
Os sons

Os sons de Notre Dame

(diálogo)
Ouçam! São lindos, não?
São tantos sons coloridos, tantas mudanças de timbre!
Porque vocês sabem, eles não tocam sozinhos

[Fantoche]
— Ah, não?
[Clopin]
Não, bobinho
Lá em cima, lá
Lá no alto no campanário vive o sineiro misterioso
Quem é essa criatura?

[Fantoche]
— Quem é?

[Clopin]
O que é ele?

[Fantoche]
— O quê?

[Clopin]
Como ele foi parar lá?

[Fantoche]
— Como?

[Clopin]
Quieto!
Clopin vai lhes contar
É uma história
A história de um homem e um monstro
(cantado)
Tudo começa na escuridão
Sob o cais em Notre Dame

[Homem #1, diálogo]
— Faça ele se calar!

[Homem #2]
— Vão nos descobrir!

[Mulher]
— Quieto, meu amor

[Clopin, cantado]
Quatro ciganos em forte tensão
Sob o cais em Notre Dame

[Homem #3, diálogo]
— Paguem e entrarão a salvo em Paris

[Clopin, cantado]
Mas alguém emboscou os ciganos
Que tremeram ao ver esse alguém
Cuja alma é dura qual bronze que apura
Os sons
[Homem #1, diálogo]
— Juiz Cláudio Frollo!

[Clopin, cantado]
Os sons de Notre Dame

[Chorus]
Kyrie Eleison (Lord have mercy)

[Clopin]
Frollo, o juiz
Mandou varrer o mal dali

[Chorus]
Kyrie Eleison (Lord have mercy)

[Clopin]
Ele viu pecado em cada ser
Exceto em si

[Frollo, diálogo]
— Levem essa gentalha cigana para o Palácio de Justiça

[Guarda]
— Você! O que esconde?

[Frollo]
— Coisas roubadas, sem dúvida
— Tirem dela

[Clopin]
— Ela fugiu!

[Coro, cantado]
Dies irae, dies illa
Solvet saeclum in favilla
Teste David cum sibylla
Quantus tremor est futurus
Quando Judex est venturus

[Mulher, falado]
— Santuário! Por favor, deem asilo!

[Frollo]
— Um bebê?
— Ahh, um monstro!

[Arquidiácono]
— Pare!

[Clopin, cantado]
Gritou o arcediago

[Frollo, diálogo]
— É uma alma profana. Vou mandá-la de volta ao inferno, que é o seu lugar

[Arquidiácono, cantado]
Sangue inocente você derramou
Nos degraus de Notre Dame

[Frollo, diálogo]
— Ela fugiu. Fui atrás. Não sou culpado

[Arquidiácono, cantado]
Das mãos da mãe a criança tomou
Nos degraus de Notre Dame

[Frollo, diálogo]
— Tenho a consciência limpa

[Arquidiácono, cantado]
Você pode até iludir-se
Que não vai ter remorso amanhã
Mas não vai conseguir desviar
Nem fugir desse olhar

Profundo olhar de Notre Dame

[Coro]
Kyrie Eleison (Lord have mercy)

[Clopin]
Apesar de Frollo ter nas mãos poder total
Tal visão o fez tremer aos pés da catedral

[Frollo, diálogo]
— E o que eu faço?

[Arquidiácono]
— Cuide da criança e crie como se fosse sua

[Frollo]
— O quê? eu devo cuidar deste traste?
— Está bem, mas que ele more com você na sua igreja

[Arquidiácono]
— Morar aqui? Onde?

[Frollo]
— Qualquer lugar
(cantado)
Que ele fique num lugar bem afastado assim

(diálogo)
— No campanário talvez
— E quem sabe Deus escreve certo por linhas tortas

(cantado)
E talvez tal criatura possa um dia, enfim
Servir a mim

[Clopin, diálogo]
— E Frollo deu um nome cruel à criança. Um nome que significa "meio formado": QUASÍMODO

(cantado)
Responda ao enigma assim que puder
Ao soar de Notre Dame
Quem é o monstro? E o homem quem é?

[Clopin & Coro]
Dizem os sons, sons, sons, sons, sons
Sons, sons, sons
Sons de Notre Dame