Uno Consultório
Apagaram-me as pegadas
[Refrão]
Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Foram silenciados

Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Indivíduos em escombros

[Verso 1: Uno]
Até que enfim um buraco para me esconder aqui perto
Só preciso de ir andando e não conseguir estar quieto
Largo a folha, o sangue já não escreve
Quero aprender a lição, de nada serve, eis o caminho certo:
Apagaram-me a pegada que me levava a casa
Pensava que era suficiente não me lembrar de nada
Terra de baixa, a nossa passagem é tão pesada
Que faz poças por onde tens as patas
NInguém te chega aos calcanhares, ninguém se vai rebaixar
Lutamos side by side desde o nivel mais baixo
Estamos juntos, diz lá onde tens chegado
Quantos como eu pisaste para tares aqui tão alto já pensaste?
Prova a tua espécie com o que fazes por ela
Parado não és nada, se trabalhas tás à espera
A dar saltitões de ânimo, a ver se o corpo enterra
Manter o corpo em terra deve ser fácil depois de Ghandi
[Refrão]
Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Foram silenciados

Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Indivíduos em escombros

[Verso 2: TK]
Embebido pelo algodão a engolir a prova
O ângulo troca voltas à perspectiva
Projectos podiam ser assim
De vida e de morte na passagem relativa
Explodem prodígios, não sobram vestígios
Genocídio de criadores, de hinos e louvores
Maiores que os vícios que temos no corpo
E aos ofícios ao nosso dispor
Força de vontade, motor de busca
Com VPM e sem filtro, Música
Sensorial quero o teu chi como Tai Chi
Acupunctura ou arte marcial
Assobiando, caminho numa missão
Deixando o meu rasto se ir apagando até chegar à exaustão
Onde não chegam não sabem que existe
O embebido pelo algodão 'tá limpo
[Refrão]
Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Foram silenciados

Assobiando sem rasto
A noite vai alta
A sombra pesa nos ombros
Não há socorro nos gritos
Indivíduos em escombros