Vitor Rocha
Através dos Seus Olhos
[DELFIM]
— Levi

[LEVI]
— Sim...

[DELFIM]
Se puder me descreva o azul
Me explica como é o tamanho do céu
E me fala das cores, das flores
Eu só sei sabores como o doce do mel

[LEVI]
— Bem...

O azul é o sopro do ar
O céu mede tudo que não é o chão
E nem sei por onde começar
Pois flores e cores tem mais de um milhão

[DELFIM]
Como é algo que é transparente?

[LEVI]
É aquilo sem nada a esconder
É uma casa sem porta
Que abriga e conforta
É a coisa mais nobre que se pode ser
[DELFIM]
Através dos seus olhos
Esse Mundo é mais lindo de ver
E eu entendo através das palavras
Eu enxergo os menores detalhes
Através de você

[DELFIM (LEVI)]
Eu queria saber das montanhas
(São gigantes brincando de se esconder)
E se os rios pudesse explicar
(Os rios são braços e pernas do mar)

[DELFIM]
Como é o pôr-do-sol? O fogo?
Como é ser livre pra ir aonde quiser?
Como é ficar zonzo? Ver tudo rodar?
Poder conhecer qualquer coisa ou lugar
Sem precisar se apoiar...

[LEVI]
Através dos meus olhos
Tudo isso você pode ver
Só pedir que eu te conto do Mundo
Eu vou sempre olhar
Por você
[DELFIM]
— Levi, como é o amor?

[LEVI]
— Ora, Delfim, eu sei tanto da aparência do amor quanto você! Não dá pra ver o amor, só sentir…

[DELFIM]
— Mas se você pudesse descrever, colocar em palavras como todo o resto?

[LEVI]
— Eu não sei, Delfim... Mas eu acho que o amor seria algo firme como um tronco em que a gente se apoia ou algo fino e resistente como uma… Teia de aranha! Porque a gente não pode ver, mas sabe que ele está lá

[DELFIM]
— Como você pra mim

[LEVI]
— De certa forma

[LEVI]
— O que é isso, Delfim?

[DELFIM]
— Eu, eu pensei…

[LEVI]
— Nós… Você, eu… Não, Delfim! Isso não é certo!
[DELFIM]
— Então você me explicou o amor errado ou eu não entendi

[LEVI]
— Isso é nojento!

[DELFIM]
Através dos seus olhos
Eu enxergava
Mas agora, se eu pudesse, eu trocava
Eu ia olhar por você