Duzz
Sábios
Eu sou um Coyote, longe desse Papaléguas
Por falar em longitude, ela está a léguas
Nem que estivesse a réguas
Eu sei que não haveria trégua

Eu saio de Júpiter, passo em Marte até Saturno
Brilha igual sol, mas é mais quente no desempenho noturno
Lendária como um Articuno, me articulo em seus ventos
Você veio de Netuno

Flor
Tire seus ventos dos meus pensamentos
E se você não tirasse a minha direção
Lhe chamaria de Rosa dos Ventos

Seguindo o fluxo que encaminha meu ritmo
Ela é a falha perfeita que atrapalha meu algoritmo
Desculpa eu parecer sínico
Meus raps são remédios e esse é meu versar clínico

E agora sou hipocondríaco...
Cheio de manias, talvez eu seja maníaco
Cê não acredita quando eu digo que tu é foda...
Foda que isso é tão verídico...

Me dê ouvidos, me dê ouvidos e talvez seus lábios
Me dê ouvidos, me dê ouvidos e talvez seus lábios
Sábios, são os que respeitam seus limites
Sábios, são que aceitam seus medos
Sábios, são os que só fazem o óbvio
Sábios, são os que nunca arriscam

Sábios, são os que não tentam de nada
Sábios, são os que aceitam de tudo
Sábios, são os que não são tão felizes
Felizes, são aqueles que sabem e mesmo assim arriscam o mundo

E o meu problema é ser feliz demais
Buscar a felicidade em locais onde sei que ela não vaga
Tô sempre dando de cara nos muros
Dando murros nas folhas que minha consciência apaga

Mas dessa vez eu não apago
Sei que não puxo
Mas já que tu enrola tanto
Hoje sou eu quem te trago...

Trago a eternidade da poesia
Foda-se a extasia que um dia cê me trouxe
A vida é uma vaca e você é uma noite
E eu agora te apago igual apago a dor do coice

Não me dê ouvidos, não me dê ouvidos, muito menos lábios
Não me dê ouvidos, não me dê ouvidos, seja feliz com os seus sábios