Lupe de Lupe
Os dias morrem
[Estrofe 1]
Hão de ser benditos
Os tempos que não me lembro mais
E os passos perdidos
Registrados estão

[Estrofe 2]
Nos rastros que deixei
Ranhuras que forgei
Na palma da minha mão
Os calos doem

[Estrofe 3]
Resta então só resistir
E continuar
A ser mais um ciclano que
O tempo constrói

[Estrofe 4]
Parte da minha vida
Foi traçada por conflitos e tantos mais
E a porção que me intriga
No entanto, é a mais fugaz

[Estrofe 4]
É tão comum viver
Mas é melhor saber
Que foi tudo em vão
Os dias morrem
[Estrofe 5]
Os meus braços hoje vão acolher
O espaço entre o céu e o chão e se perder
Até que um dia venham me dizer por qual razão
Eu me enchi de culpas sem ser o vilão