NERVE (PT)
Chibo
[Intro]
Não, agora sem tangas
O demónio mora ali na...
(Olha, cala-te só um bocadinho)
Ai, a...

[Verso 1]
A sério alguém me diga: "Morde a Língua"
Calo ou mostro a ferida
Gasto no que gosto saliva
Sem me pesar nos bolsos a guita
É isto a "fome de artista". A sério (shh!)
É o senhor mistério
Como o orçamento do mês que se aproxima
A mó acima?
(Nunca vi e enfrento moinhos durante o dia
Enquanto contenho o ódio que, à noite, coloco na fita)
Distante da foto antiga
Um miúdo tão promissor
A dada altura parece que perdi o Norte na vida
Verdade. Há para aí uma tropa de tipas
Que, se pode, forma fila para me ver branco
A esvair-me em sangue, com um corte na pila
Não vou ter uma morte tranquila
Sem pressão
Colheitas perdidas
Se não tenho ideias, não chove na vila
[Interlúdio]
- Muito bom
- Entendo a mensagem, mas... Não entendo o propósito
- Não te deixes afectar, puto. Tu não bates, mas és o melhor

[Verso 2]
Tá...
Mais outra Pollockada na tela e contemplo aquela obra prima
Reflicto enquanto escorre a tinta
(Atravessamos uma magnifica fase da música)
Em que toda a escória roça pimba
Só cantigas para cair no goto dos putos estúpidos de hoje
Que, pelos vistos, são quem agora suporta firmas
Não posso cair mas
Das duas uma:
Ou estou um cota ou sou o último que adora escrita
Agora em horário próprio
Se me der na telha, trabalho só nas quintas, como um campónio

[Interlúdio]
-Ahm, dá para ver que o amigo tem aqui uma coisa com rimas toantes
- É aquela rima toante. Sabes
- É, reparei. É bom, é bom
- Há pouco eu só queria dizer que...

[Refrão]
O demónio mora ali na
Porta em frente à porta em frente à minha
O demónio mora ali na
Porta em frente à porta em frente à minha
(Xiu, chibo.)
Ele mora ali na porta em frente
À porta em frente à minha (Não tem nada que enganar)
O demónio mora ali na porta em frente à porta em frente
À minha
- Na medida que o meu mal não vem de fora
- Sim, "Auto-sabotagem". Sei. Gosto muito. 'bora
[Verso 3]
Escritório na caverna
Dá-me o toque. Avisa-me que é seguro sair
Quando garantires que não mais o Sol se avista
Nada importa. Aqui na toca eu estou OK
Auto-medicado, eu nivelo a dopamina
Discurso amigo da moca, sim, mas não coloco a esquina
No radar embora este património não se resuma só a notas limpas
Se vem por fora, fica
Quê? Não vou ter reforma, explica
Deverei aguardar uma derrota digna?
(Deverei eu ficar)
Até à morgue na fila ou implorar por uma melhora
Fixado no crucifixo enquanto oro a uma hora fixa?
Pois, sem firme fé na fria norma
Frito na chama eterna
Sem ouvir aquela voz amiga do Morgan Freeman?
Legião é o meu nome e eu indico onde a porta fica
O demónio mora ali na
Porta em frente
À porta em frente à minha
Topas? Siga. Que eu sou torto
Até quando esta corda estica depois do nó na dita
Daqui para fora. Finda-te
- Quê? O que é que ele disse?
- Finda-te
[Ponte]
"- O que acho disto? Acho que isto é uma coisa bonita...
- Isto é muito bonito
- Posso falar, se faz favor? Eu primeiro posso falar."

(Morde a língua.)

Eu primeiro posso falar. É uma coisa que...
- Posso falar?
- 'Pera aí, calma

(Morde a língua.)

- Agora...

[Refrão]
O demónio mora ali na
Porta em frente à porta em frente à minha
(ali na porta em frente à porta em frente à minha.)
O demónio mora ali na
Porta em frente à porta em frente à minha
(É ali na porta em frente à porta em frente à minha, padre. Juro.)
Ele mora ali na porta em frente
À porta em frente à minha
(Isso nem sequer me faz especial.)
O demónio mora ali na porta em frente à porta em frente
À minha
(Demónio mora ali na porta em frente à porta em frente à minha)

Xiu, chibo