DJ Caique
Contratempos
[Verso 1]
Correndo contra o tempo
Visto a camisa com orgulho
Vasculho recantos do ser em busca de inspiração
Recolho o que me interessa, misturo transpiração
Questiono, reflito, e chega a hora da ação
Sem desviar da rota, como um espião mantendo o foco
O que eu vivi até agora, acredite, eu não troco
Nostalgia, só se for do que me espera ali na frente
Por isso eu vou lutar pra ajudar minha gente
Prioridades diferentes, alguns evitam escolhas
Natureza segue o rumo, no outono caem folhas
Condomínio ou favela, pitbulls ou cadelas
Seres crescem em bolhas, mas poucos saem delas
A vida é uma ampulheta, dou valor a cada grão de areia
Tenho uma vida inteira, me diz por que viver meia?
O mic é meu irmão, cada batida uma amante
Rima no papel é carbono, no falante diamante

[Verso 2]
São vários contratempos, o desgaste é inevitável
Quero dias melhores e que seja mais estável o rumo
Porém só pode ser carma
Eu sou testado o tempo todo, não posso perder a calma
Alma de poeta, combatente leal
No final do confronto querem que eu me dê mal
Nem por isso me abalo, sei o que devo fazer
E luto todo o tempo sabendo envelhecer
Hoje vivo por um dia ou um segundo a mais
Tenho horas de certeza pra um instante de paz
Contabilizo, analiso, prefiro reflexão
Motivado à esperança que me amplia a visão
Se fingem de cego, tentam não enxergar
O sangue na caminhada já não consegue secar
Falem bem ou mal, eu sei que querem me ouvir
O que conquisto na vida, eu sei, depende de mim

[Refrão]
Contratempos, contra o tempo
Contra tudo, contra todos
Nada cai do céu, batalho, me supero
O suor escorre na face, o corre é mais que sincero
Contratempos, contra o tempo
Contra tudo, contra todos
Sempre transparente, essa é minha conduta
Guerreiro que se preza se realiza na luta

[Verso 3: Mascote]
Contratempos a todo momento
Quando se está entediado o tempo passa tão lento
Em questão de segundos, ou em meses ou anos
"Sua missão nesse mundo" quantas vezes pensamos?
Quanto se investe tudo o que tem em busca de um sonho
Quando ninguém dá valor a poesias que componho
É um sonho de liberdade, um grito nessa cidade
Nossa sagacidade suprindo necessidade
E metas coletivas tornam-se individuais
Desculpa aí, família, pois não desisto mais
Às vezes me desespero, de volta a estaca zero
Me lembro do que quero, desafio supero
E assim vem a tona tudo o que enfrentei
Cada show, cada flow, rimas que já criei
Contra o não, contra a mão, contra a sua razão
Sigo a nossa missão, retomando a ação

[Verso 4: Rodrigo Ogi]
A cada luta eu vou ficando mais feroz
Muito mais veloz, varias metas, testes
Setas pra seguir, pouco tempo pra perder
Histórias pra concluir, vou lutar com vários
Mas sempre fui audaz, nunca me rendi
Quero a morte a não evoluir
E sempre ter o gás contra o improvável
Batendo de frente com o gigante, sem desnível
Isto é incrível! Tem sangue, tem treta
Sente a força bruta da minha gangue na ponta da caneta
O mano de bombeta, pulando poeta
Tipo faixa preta, na lirica o atleta
Contra tudo e contra todos
Como um Dragão-de-Komodo
Contra tudo e contra todos
Fecho a conta, passo o rodo

[Refrão]
Contratempos, contra o tempo
Contra tudo, contra todos
Nada cai do céu, batalho, me supero
O suor escorre na face, o corre é mais que sincero
Contratempos, contra o tempo
Contra tudo, contra todos
Sempre transparente, essa é minha conduta
Guerreiro que se preza se realiza na luta